/governosp
1969
Inauguração
No dia 17 de novembro, o Paço das Artes é inaugurado pelo governador Abreu Sodré como uma galeria de arte da Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo do Estado de São Paulo. O espaço de 600 metros quadrados de área expositiva, localizado no n° 326 da Avenida Paulista, foi criado para ser um espaço democrático onde os artistas, tanto iniciantes como os já consagrados, pudessem fixar seus trabalhos e oferecê-los livremente ao público, contando com toda a assistência e divulgação necessária, sem qualquer despesa. A inauguração foi oficializada com a cerimônia de abertura da exposição coletiva Pintores do Brasil, que contou com a presença de Tarsila do Amaral e Di Cavalcanti que realizaram o corte da fita inaugural.
1970
No dia 25 de março, por meio do Decreto n° 52.423, assinado pelo governador do Estado de São Paulo, Roberto Costa de Abreu Sodré, o Paço das Artes é oficialmente criado como uma instituição subordinada ao Conselho Estadual de Cultura, da Secretaria de Cultura, Esportes e Turismo, com as incumbências de organizar e manter, permanentemente, exposições de artes, promover conferências, cursos, palestras e audições e divulgar os assuntos ligados à área de sua especificidade. No dia 1° de abril do mesmo ano é inaugurada a exposição coletiva A Gravura Brasileira.
1973
No dia 1° de março, por meio de uma Resolução da Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo, assinada pelo secretário Pedro Magalhães Padilha, o Paço das Artes é provisoriamente transferido para uma sala na Pinacoteca do Estado de São Paulo, na Praça da Luz, onde permanece sem funcionamento por dois anos enquanto aguarda a transferência para uma nova sede. Durante este período, a equipe de funcionários se dedicou ao mapeamento e levantamento biográfico de artistas da arte contemporânea brasileira.
1975
Em fevereiro, o Paço das Artes e o Museu da Imagem e do Som são transferidos, juntos, para uma nova sede localizada no n° 158 da Avenida Europa. O edifício era a antiga residência da família do industrial Afonso Giaffonte que foi desapropriada e reformada pelo Governo do Estado de São Paulo especialmente para abrigar as duas instituições. No dia 27, o MIS inaugura a exposição Memória Paulista, que reuniu painéis, bandeiras e fotografias ambientadas na capital paulista no período entre 1860 e 1930. Em colaboração com a exposição do MIS, o Paço das Artes, em parceria com entidades e artistas, organizou uma exposição de artes plásticas formada por obras de artistas que fixaram São Paulo daquela época.
1980
Em dezembro, o Paço das Artes iniciou as comemorações dos seus dez anos de existência com o cerimonial de abertura da exposição Imagens da Dança, que reuniu 70 obras dos artistas Gomide, Mário Gruber, João Calixto e Heitor dos Prazeres. Nesta noite de abertura foi apresentado o espetáculo Serei esta Canção para Sempre, com a participação dos interpretes Almir Sater, Arthur Moreira Lima, Carlos Pita, Gemaria, Grupo Bendegó, Jorge Melo, Rolando Boldrin, Téo Azevedo e Vicente Barreto, que buscaram ilustrar, musicalmente, as exposições mais importantes realizadas pelo Paço das Artes desde a sua criação. Em seguida, foi realizada uma homenagem aos professores e pesquisadores que colaboraram ao longo destes dez anos com o Paço das Artes na descoberta e divulgação dos trabalhos de diversos artistas.
1983
Em julho, o Paço das Artes recebeu a exposição História da Pintura Brasileira do Século XIX. A mostra, que estava em exposição no Rio de Janeiro, foi trazida ao Paço das Artes por meio de uma parceria entre a Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo de São Paulo e a Vera Cruz Seguradora, com a colaboração da Fundação Roberto Marinho, reunindo mais de 50 quadros de museus e colecionadores particulares produzidos por renomados autores do período. Considerada uma das mais completas do gênero pelos críticos da época, a exposição foi dividida em cinco segmentos: A Pintura Remanescente da Colônia (1800-1830), A Missão Artística Francesa e seus Discípulos (1816-1840), A Pintura Posterior à Missão Francesa (1835-1870), A Proteção do Imperador e os Pintores do Segundo Reinado (1850-1890) e A República e a Decadência da Disciplina Neoclássica (1890-1918).
1990
O mês de julho foi dedicado às comemorações dos vinte anos da instituição, que contou com uma programação envolvendo palestras, exibição de vídeos, música e dança. No dia 10, ocorreu o lançamento de um carimbo comemorativo, um show musical de Cláudio Goldman e Pedro Moreno, a intervenção da bailarina Tian-Hsien Chang e a abertura da exposição O Espaço do Artista Quando Jovem, com obras do artista Arcangelo Ianelli, considerado um dos mestres brasileiros do abstrato, que datam da segunda metade dos anos 1940 e do inicio dos anos 1950.
1994
O Paço das Artes deixa o prédio que compartilhava com o Museu da Imagem e do Som, no Jardim Europa, e ganha uma nova sede, localizada no n° 1 da Avenida da Universidade, na Cidade Universitária, passando a ocupar um prédio inacabado de arquitetura modernista, projetado na década de 1970, pelo arquiteto Jorge Wilheim. Em outubro, o novo espaço foi inaugurado com a abertura da exposição Retrospectiva de Nelson Leirner, que ocupou todo o espaço expositivo com mais de 100 desenhos, objetos, obras e uma instalação especialmente elaborada pelo artista para este evento.
1996
Após um período de crise financeira e institucional, o Paço das Artes passou por um processo de renovação em sua programação e na utilização de seus espaços durante a breve gestão do diretor Ricardo Ribenboim. Em setembro, o porão do edifício foi inaugurado como espaço teatral com a peça O Retiro dos Sonhos, dramatização da história dos imigrantes italianos que povoaram a região do Bom Retiro na primeira metade do século XX. Em dezembro, saiu o resultado do primeiro edital da Temporada de Projetos, programa concebido por Ricardo Ribenboim e pela então curadora Vitória Daniela Bousso, com o objetivo de abrir espaço à produção, ao fomento e à difusão da prática artística jovem. A primeira edição da Temporada de Projeto, realizada em 1997, teve 22 projetos selecionados entre os 210 enviados.
2005
No mês de junho, o Paço das Artes realizou a comemoração de seus 35 anos com a abertura da exposição Ocupação, que a princípio contava com o espaço expositivo quase vazio. Com o objetivo de marcar o aniversário da instituição, a exposição apresentou uma proposta artística totalmente livre, na qual 70 artistas, divididos em turnos de cerca de cinco horas de trabalho, e em discussão com críticos e com o público, que puderam acompanhar todo o processo, construíram suas obras no local, sem um projeto pré-definido e sem a obrigatoriedade de resultados concretos.
2010
Em novembro, o Paço das Artes comemorou seu aniversário de 40 anos com o lançamento do projeto Livro_Acervo, idealizado por Daniela Bousso e por Priscila Arantes, diretora e curadora da instituição, com co-edição da Imprensa Oficial e curadoria e organização de Artur Lescher e Lenora de Barros. O projeto é uma exposição portátil e circulante formada por uma caixa-arquivo contendo três itens: um livro/curadoria composto por obras inéditas em papel, que foram desenvolvidas por 30 artistas convidados, dentre os que já passaram pela Temporada de Projetos; uma Enciclopédia da Temporada de Projetos, contendo páginas com informações sobre todos os artistas e suas respectivas participações na Temporada de Projetos; um CD-ROM contendo o registro da instalação 66X96, na qual todos os artistas da Enciclopédia Temporada de Projetos foram convidados a enviar um depoimento de até 1 minuto para a montagem de uma instalação sonora no Paço das Artes.
2012
Em dezembro, o Paço das Artes desenvolveu mais um projeto voltado para o diálogo com questões ligadas a arquivos, coleções e dispositivos de memória. A exposição Para Além do Arquivo, elaborada por Priscila Arantes, diretora e curadora da instituição e por Cauê Alves, curador e crítico de arte, diferencia-se do projeto Livro_Acervo (2010) ao convidar 15 artistas que passaram pelo Paço das Artes em diferentes mostras, e não apenas pela Temporada de Projetos. A mostra foi apresentada no Centro Cultural Banco do Nordeste de Fortaleza (CE), instituição com a qual o Paço das Artes estabeleceu uma parceria com o objetivo de impulsionar o diálogo entre artistas e o público para a diversidade da produção nacional.
2013
Em outubro, o Paço das Artes abriu a mostra Arquivo Vivo, organizada pela diretora e curadora do Paço das Artes, Priscila Arantes, a exposição encerra a trilogia sobre o tema que foi abordado pela instituição nos projetos Livro_Acervo (2010) e Para Além do Arquivo (2012-2013). Ao contrário das duas mostras anteriores, que ficaram centradas nos artistas que já passaram pelo Paço das Artes, a mostra Arquivo Vivo apresentou 22 trabalhos, de artistas nacionais e internacionais, que investigaram a questão do arquivo a partir de três vetores: arquivo e apropriação de documentos e obras da história e da história da arte; arquivo no corpo e corpo como arquivo; arquivo de artista, arquivo institucional e banco de dados.
2014
Em novembro, o Paço das Artes lança o MaPA: Memória Paço das Artes, uma plataforma digital de arte contemporânea, idealizada por Priscila Arantes, diretora e curadora da instituição, composta por imagens, textos, vídeos e entrevistas referentes aos artistas, obras, curadores e membros do júri que passaram pela Temporada de Projetos, desde sua criação. A plataforma MaPA é a consolidação de um projeto mais amplo que foi iniciado em 2010, com o levantamento e organização dos arquivos da instituição, e se desenvolveu com os projetos Livro_Acervo (2010), Para Além do Arquivo (2012-2013) e Arquivo Vivo (2013), voltados para ações, reflexões e curadorias específicas que foram elaboradas a partir de pesquisas realizadas junto ao arquivo e a história do Paço das Artes.
2016
O mês de março é marcado pelo encerramento oficial das atividades do Paço das Artes na Cidade Universitária após 22 anos de atuação no local onde se consagrou como um dos maiores centros de experimentação artística do país, sendo responsável pelo lançamento de importantes nomes da arte contemporânea brasileira como Nino Cais e Ivan Grilo. A instituição foi obrigada a abandonar o prédio, que sempre pertenceu à Secretaria de Estado da Saúde, e que foi solicitado para uso do Instituto Butantan. Diante deste cenário, o Paço das Artes transferiu seu escritório para uma sala no mesmo edifício que abriga o Museu da Imagem e do Som, no Jardim Europa, instituição que pertence à mesma Organização Social que gere o Paço das Artes. Já a programação prevista para o decorrer do ano teve que ser dividida: as exposições da Temporada de Projetos foram adaptadas para um espaço que o Museu da Imagem e Som disponibilizou em seu edifício e as demais exposições foram realizadas na Oficina Cultural Oswald de Andrade, no Bom retiro.
2018
Em dezembro, o secretário Romildo Campello, da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, assinou o Termo de Cessão de área do Casarão Nhonhô Magalhães, oficializando o espaço como nova sede do Paço das Artes. O imóvel, localizado no n° 758 da Avenida Higienópolis, pertence ao shopping Pátio Higienópolis, mas, por se tratar de um edifício tombado como patrimônio histórico, a Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo tem o direito de utilizar 20% do espaço. O casarão foi idealizado e construído, na década de 1930, para ser a residência da família de Carlos Leôncio de Magalhães, o “barão do café” que ficou conhecido como Nhonhô Magalhães.
Este site utiliza um conjunto de cookies para melhorar a navegação.
Ao continuar navegando, você concorda com a nossa política de privacidade.
Para mais informações clique aqui.