Parabrigar
Parabrigar (2020), palavra-valise a materializar um procedimento recorrente em Sanvoy, encarna a função operatória que se desprende da ambiguidade constitutiva do neologismo linguístico eleito para nomear a obra – ou conjunto de obras, como é o caso aqui – de manter a significação engendrada a partir dos mecanismos retóricos atuantes em seus limites, explicitamente vacilante: os signos que estruturam sua arquitetura semântico-poética operam a partir de uma cisão que se desnuda no ato de sua leitura/interpretação.
É a gangorra oscilatória entre o “abrigo”, como condição necessária à dignidade, e a constatação de que seu acesso é interditado a um número crescente de indivíduos vulneráveis, que precisam “brigar” pelo direito à moradia, que concede à série que integra este projeto sua significação.
Parabrigar, contudo, não se consuma unicamente como engenhosidade verbal e retira dos objetos e materiais utilizados por Sanvoy sua força alegórica. À maneira de um alegorista, o artista emprega tijolos, material usado para construir abrigo, mas que igualmente pode se converter em ferramenta de luta de resistência. O tijolo pode ser arremessado contra paredes que dele, paradoxalmente, se constituem. E é justamente aqui que se encontra a razão de ser do pensamento poético de Helô Sanvoy: estamos diante de um mundo que se fabrica como efeito de como a significação se funde com a fisicalidade em que se encerra a obra.
A ambiguidade do título de Parabrigar, de Helô Sanvoy, remete ao desejo de confronto e de abrigo em uma sociedade oscilante entre a ruína e a construção. Os trabalhos – que lidam com a visualidade dos materiais e suas reverberações simbólicas quando consideradas suas origens e usos – são compostos por cacos de vidro temperado, utilizados geralmente em portas de bancos, vitrines de lojas, fachadas de prédios comerciais e instituições públicas, combinados com outros provenientes, em sua maioria, de demolições, além de chumbo, couro e alumínio.
Parabrigar (2020), palavra-valise a materializar um procedimento recorrente em Sanvoy, encarna a função operatória que se desprende da ambiguidade constitutiva do neologismo linguístico eleito para nomear a obra – ou conjunto de obras, como é o caso aqui – de manter a significação engendrada a partir dos mecanismos retóricos atuantes em seus limites, explicitamente vacilante: os signos que estruturam sua arquitetura semântico-poética operam a partir de uma cisão que se desnuda no ato de sua leitura/interpretação.
É a gangorra oscilatória entre o “abrigo”, como condição necessária à dignidade, e a constatação de que seu acesso é interditado a um número crescente de indivíduos vulneráveis, que precisam “brigar” pelo direito à moradia, que concede à série que integra este projeto sua significação.
Parabrigar, contudo, não se consuma unicamente como engenhosidade verbal e retira dos objetos e materiais utilizados por Sanvoy sua força alegórica. À maneira de um alegorista, o artista emprega tijolos, material usado para construir abrigo, mas que igualmente pode se converter em ferramenta de luta de resistência. O tijolo pode ser arremessado contra paredes que dele, paradoxalmente, se constituem. E é justamente aqui que se encontra a razão de ser do pensamento poético de Helô Sanvoy: estamos diante de um mundo que se fabrica como efeito de como a significação se funde com a fisicalidade em que se encerra a obra.
sobre o evento
A ambiguidade do título de Parabrigar, de Helô Sanvoy, remete ao desejo de confronto e de abrigo em uma sociedade oscilante entre a ruína e a construção. Os trabalhos – que lidam com a visualidade dos materiais e suas reverberações simbólicas quando consideradas suas origens e usos – são compostos por cacos de vidro temperado, utilizados geralmente em portas de bancos, vitrines de lojas, fachadas de prédios comerciais e instituições públicas, combinados com outros provenientes, em sua maioria, de demolições, além de chumbo, couro e alumínio.
sobre o artista
Helô Sanvoy é mestrando pela ECA USP e licenciado pela Faculdade de Artes Visuais da Universidade Federal de Goiás. É membro do coletivo de performance Grupo EmpreZa desde 2011. Busca, em sua pesquisa, a experimentação e junção de materiais diversos, como também a experimentação de processos, linguagens e suportes. Realizou exposições individuais no Museu de Arte Contemporânea de Goiás (Goiânia, GO, 2014), na Casa da Cultura da América Latina da UnB (Distrito Federal, 2014), na Referência Galeria de Arte (Distrito Federal, 2018) e na Andrea Rehder Arte Contemporânea (São Paulo, SP, 2017, 2018 e 2020). Foi selecionado para o 30° Programa de Exposições do CCSP (São Paulo, SP, 2020). Participou de exposições como: Bienal do Mercosul (Rio Grande do Sul, 2020), Zona de perigo (Paraná e Pernambuco, 2016) e Imagens que não se conformam (Rio de Janeiro, 2021). Vive em São Paulo.
visitação
De 23 de julho a 27 de novembro de 2022
abertura
23 de julho - 11:00 horas