Desejos guardados sob o rio
Desejos guardados sob o rio apresenta cenas evisceradas dos confins da memória do artista, reformuladas sob um lirismo das experiências da infância de uma ancestralidade tipicamente brasileira. Máscaras ocultam rostos humanos, enquanto objetos inanimados exibem faces nítidas, sugerindo uma valsa entre o oculto e o revelado. Corpos masculinos manuseiam gado e remam rios, numa busca que reflete memórias distantes e desejos reprimidos que sempre existiram, mas, submersos. Pretérito imperfeito.
As imagens, comandadas pela memória do artista, trazem simbologias erodidas pela ação do tempo. Cores pálidas e saturadas alternam entre apagamento e manifestação, refletindo realidades e sutilezas. Mitos e folclores servem como meios de se enfrentar a dureza do mundo, mas o boto que passeava em pernas pelas ruas da cidadezinha de fato existiu e, nesse sentido, a ancestralidade se faz presente como força motriz em forma de narrativas místicas, incorporadas e manifestadas em terra.
Encantados são personagens que transitam entre a matéria e o sublime; assim também é o artista, que acessa e evoca uma cultura latente em seu âmago e expressa em suas obras, navegando nos afluentes de sua memória. Utiliza cores e formas como manifestação do espírito, sendo ele mesmo a entidade evocada na pintura: relatos íntimos de um lirismo ficcional e autobiográfico na construção de narrativas que remontam aos desejos do próprio artista, guardados sob o rio, onde são acessados somente por ele: o artista-boto.
Mais de quinze obras compõem o projeto Desejos guardados sob o rio, de Luciano Maia. Natural de Santarém (PA), o artista atua em várias frentes de criação. Nos trabalhos selecionados, as memórias e a mitologia de sua região criam narrativas queer, entre a realidade e a ficção, em suportes variados como a tela, o papel, o azulejo e a madeira. Sua entrevista e seu acompanhamento crítico foram realizados por Marcelo Amorim.
Desejos guardados sob o rio apresenta cenas evisceradas dos confins da memória do artista, reformuladas sob um lirismo das experiências da infância de uma ancestralidade tipicamente brasileira. Máscaras ocultam rostos humanos, enquanto objetos inanimados exibem faces nítidas, sugerindo uma valsa entre o oculto e o revelado. Corpos masculinos manuseiam gado e remam rios, numa busca que reflete memórias distantes e desejos reprimidos que sempre existiram, mas, submersos. Pretérito imperfeito.
As imagens, comandadas pela memória do artista, trazem simbologias erodidas pela ação do tempo. Cores pálidas e saturadas alternam entre apagamento e manifestação, refletindo realidades e sutilezas. Mitos e folclores servem como meios de se enfrentar a dureza do mundo, mas o boto que passeava em pernas pelas ruas da cidadezinha de fato existiu e, nesse sentido, a ancestralidade se faz presente como força motriz em forma de narrativas místicas, incorporadas e manifestadas em terra.
Encantados são personagens que transitam entre a matéria e o sublime; assim também é o artista, que acessa e evoca uma cultura latente em seu âmago e expressa em suas obras, navegando nos afluentes de sua memória. Utiliza cores e formas como manifestação do espírito, sendo ele mesmo a entidade evocada na pintura: relatos íntimos de um lirismo ficcional e autobiográfico na construção de narrativas que remontam aos desejos do próprio artista, guardados sob o rio, onde são acessados somente por ele: o artista-boto.
sobre o evento
Mais de quinze obras compõem o projeto Desejos guardados sob o rio, de Luciano Maia. Natural de Santarém (PA), o artista atua em várias frentes de criação. Nos trabalhos selecionados, as memórias e a mitologia de sua região criam narrativas queer, entre a realidade e a ficção, em suportes variados como a tela, o papel, o azulejo e a madeira. Sua entrevista e seu acompanhamento crítico foram realizados por Marcelo Amorim.
sobre o artista
Luciano Maia (Santarém, PA, 1987) é um artista visual, designer de moda e artesão que atualmente reside e trabalha na região central de São Paulo. Formado em design de moda pela Universidade Candido Mendes (RJ), destaca-se na produção de estampas voltadas à indústria têxtil nacional. Nos últimos cinco anos, explorou suas habilidades artísticas, criando pinturas, colagens e desenhos, por meio dos quais investiga suas raízes nortistas, explorando memórias, mitologias e folclore, entrelaçando realidade e ficção em narrativas queer regionais. Em 2024, participou da exposição Se o futuro trouxer o passado de volta (SP) e do Salão de Artes Visuais de Vinhedo (SP), além de ter sido finalista no 14º Prêmio Garimpo Dasartes.
visitação
De 19 de julho a 12 de janeiro de 2025
abertura
19 de julho - 15:00 horas