Evento presencial
Data: 26 de agosto, sábado, das 14h30 às 18h
Local: Paço das Artes (Rua Albuquerque Lins, 1345)
Ingresso: gratuito
Classificação indicativa livre
sobre o evento
A Temporada de Projetos, um dos mais longevos editais na história das artes visuais do país, se notabiliza também pelos catálogos que complementam as exposições e as imbuem de novas camadas de leitura. Afeto, herança, memória, linguagem e resistência para fortalecer nossa consciência nas questões contemporâneas são alguns dos pontos abordados pelos textos críticos que acompanham a publicação, que também apresenta um registro fotográfico das exposições e imagens das obras que as compõem.
Nesta 27ª edição, foram selecionados o projeto de curadoria Exercício Ka’a: exposição para seres não humanos, de Allan Yzumizawa, e os projetos artísticos Os algoritmos te trouxeram até mim. Agora, o satélite me leva até você., de Thatiana Cardoso (texto crítico de Gabriela De Laurenttis); Efeito, reação e ação, de Denis Moreira (texto crítico de Claudinei Roberto da Silva); Exercícios cosmopolíticos (texto crítico de Mario Gioia); Lembranças de um baile de carnaval, de Karola Braga (texto crítico de Galciani Neves); e Willian,, de Ana Raylander (texto crítico de André Pitol).
O catálogo, no formato 15,5 x 23 cm e 136 páginas, conta com projeto gráfico do Estúdio Entremeio e impressão da Cinelândia Gráfica e Editora. A distribuição será gratuita ao público.
O Performa Paço é um projeto criado em 2011 dedicado a performances artísticas de diversas naturezas, que visa aproximar o público da produção contemporânea no campo da performance. Entre os destaques das edições anteriores estão artistas como Paula Garcia, Sara Panamby, Filipe Espíndola, Gustavo Jahn e Melissa Dullius e Mestre Alcides Lima.
Esta edição contará com quatro performances:
14h30 | Medida de uma ilusão, de Thatiana Cardoso
Espaço expositivo | 90 min
Nesta performance, que integra a Temporada de Projetos 2023, a artista explora engano em golpes de amor por meio da ação de medir o dedo anelar dos participantes com o auxílio de um aneleiro de argolas. Vestindo roupas sociais que evocam o vestuário de ambiente corporativo, a performer senta-se na cadeira em frente à mesa na qual será realizada a ação e passa a tirar as medidas dos participantes, devolvendo-lhes uma fita dourada. A performance faz alusão a golpes de amor nos quais o enganador, usando um perfil falso em redes sociais, inicia um relacionamento on-line com a vítima e faz falsas promessas de casamento.
Thatiana Cardoso (São Bernardo do Campo, SP, 1984) busca problematizar o engano e seus mecanismos, seja mimetizando o corpo humano a partir do registro de utensílios domésticos, seja desdobrando-se sobre armadilhas da sedução em golpes de amor. Trabalhando principalmente com fotografia, vídeo, performance e desenho, sua produção transita entre as artes visuais e o cinema. A artista participou de exposições e mostras, entre elas: NÓS:–arte e ciência por mulheres, Paço das Artes (2023); Experimental Film & Music Video Festival, Toronto, Canadá (2023); Artistas mulheres do ABC e do acervo da Pinacoteca de São Caetano do Sul, SP (2022); 21º Festival Internacional de Cinema Contis, França (2016). A artista possui bacharelado em artes visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo (2016), onde também fez especialização em história da arte: teoria e crítica (2020). A artista vive e trabalha em São Bernardo do Campo.
15h | Queda de performance, de Luanna Jimenes
Anfiteatro | 120 min
Nesta ação, o traje, que teve modelagem de Delfina Reis, é elemento estruturante. Sua função de transfiguração da aparência e do comportamento cria possibilidades de presença e ativações de espaço. Por meio de sua materialidade, a noção de sujeito é convertida em um corpo em processo de construção; seus modos de agir e intervir abrem precedentes para uma imprevista experiência de convívio. A composição é dúbia, a repetição do ícone feminino a ponto de seu esvaziamento ganha caráter escultórico. O público pode acessar o vídeo Queda de performance por meio de um QR Code que direciona o fruidor para o vídeo disponível no YouTube No vídeo. Em plano fixo, a ação é desempenhar um caminhar de maneira mecanizada; a ação das pernas no fundo ora branco ora preto se repete numa espécie de hipnose.
Luanna Jimenes é artista da cena, da dança e da performance, com especializações em cenografia e figurino e mestrado em estética e história da arte. Vem desenvolvendo seu trabalho relacionando intervenções performáticas e atividades educativas. Atua também como docente nos cursos de formação em história das artes e produção de moda no Centro Universitário Belas Artes e Senac São Paulo.
16h | Casulo, de Lidia Lisbôa
Terraço | 30 min
A série Casulos é composta por peças de crochê feitas em tecido, que, quando vestidas, cobrem da cabeça aos pés, encasulando quem veste, como o título enuncia. A proposta da performance é se deslocar pelo espaço vestida com um Casulo, negociando com o peso e as limitações de movimento que a forma impõe ao corpo.
Lidia Lisbôa (Terra Roxa, PR, Brasil) é artista. Vive e trabalha em São Paulo. Sua prática artística tem como eixo fundante a autobiografia e os atravessamentos cotidianos que são articulados principalmente por meio do desenho, escultura, crochê e performance. Entre suas principais exposições, destacam-se as individuais Fio: mulher esqueleto, Sesc Pompeia (2023) e Acordelados, Galeria Millan, São Paulo (2022); e as coletivas Um oceano para lavar as mãos, Sesc Quitandinha Petrópolis, RJ (2023), Memórias do afeto, Centro Cultural Santo Amaro, São Paulo (2021) 37º Panorama da Arte Brasileira – Sob as cinzas, brasa, MAM, São Paulo (2022), Defeito de cor, Museu de Arte do Rio, Rio de Janeiro (2022), Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os brasileiros, Instituto Moreira Salles, São Paulol(2021), Esperança, Museu de Arte Sacra, São Paulo (2021), Substância da terra: o sertão, Slag Gallery, Nova York, e Museu Nacional da República, Brasília (2021) e 12ª Bienal do Mercosul – Femininos: visualidades, ações e afetos, Porto Alegre (2020).
16h30 | desCOLONIZAR CORpos, de Sergio Adriano H
Jardim | 30 min
O performer chega ao Jardim do Paço das Artes usando uma “saia” feita de cobertor. Nas mãos, uma faixa de quatro metros de comprimento com a palavra desCOLONIZAR, com tipografia africana, e “S” marcado com “X”. O artista sobe em um pedestal (de livros), enrola-se na faixa, permanecendo imóvel por 23 minutos, uma vez que a cada 23 minutos um homem negro é morto no Brasil. Transcorrido esse tempo, com movimentos do corpo e braços, ele se desenrola da faixa. Em seguida, sai do local, deixando a faixa no pedestal. O cobertor é feito de material reciclado e foi encontrado “abandonado” nas ruas de São Paulo, utilizado por pessoas em situação de vulnerabilidade. Essa faixa representa o pensamento decolonial, que é um movimento latino-americano que tem como objetivo libertar a produção de conhecimento da episteme eurocêntrica e cristã.
Sergio Adriano H (Joinville, SC, 1975) é artista visual, performer e pesquisador. Vive e produz entre Joinville e São Paulo. Formado em artes visuais e mestre em filosofia, contabiliza 31 premiações em artes visuais e já participou de mais de 140 exposições nacionais e internacionais, incluindo: performance “desCOLONIZAR CORpos”, Institut National d’Histoire de l’Art, Paris, 2023, Visão do paraíso”, Centro Cultural Brasil-Moçambique, Maputo, Moçambique, 13ª e 14ª Bienal Internacional de Curitiba, 2017/19, 8ª Bienal Argentina, 2018 e Rumos, Itaú Cultural, São Paulo 2011/13. Possui obras em acervos públicos e privados, entre os quais Museu de Arte Contemporânea – MAC USP, Museu de Arte do Rio – MAR e Museu de Arte Moderna da Bahia – MAM
visitação
De 26 de agosto a 26 de agosto de 2023
abertura
26 de agosto - 14:30 horas